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Deslume

Para Neusa Cardoso

Aprendi que as cores desbotam Culpa da imprecisão da escola As cores nem estão nas coisas... Mas, enfim... aprendi com as crianças o exercício da imaginação Imaginei que as cores desbotam Sem precisar saber dos fótons Foi bom ser assim Nesse então, descobri que as cores se apagam Com sua partida, virei daltônico vendo o mundo em tons de cinza Mas não tive álibi em honrar sua memória E a sublime beleza da nossa história Por isso, as cores voltam Mas as cores desbotam Na paleta de um pintor não sei se faltam ingredientes ou se são os olhos que, em parte, as perderam Na Física da existência, há também astronomias Nem só de sóis exteriores provém a luz Por mais que eu lute, subsiste certa monotonia é justo... ao final, a ausência de tanta luz é signo de sua presença e o tamanho de sua falta é triste emblema da magnitude desse amor indefinível desse sorriso impossível de esquecer.

Marco Villarta Lavras, 08 de setembro de 2021.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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