(Des)soneto existencial
- Marco Villarta

- 4 de jun. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: 19 de jun. de 2022
Faço forte a minha voz para que ouçam todos o meu canto Acalento as feras, afugento dos outros humanos, o pranto Não sou herói, nem frequento os sonhos, os preciosos mitos Minha missão é discreta, secreto andar dos que são proscritos
Em época de tantos ódios, protejo a mim e aos que amar ousam Usando, ao invés de escudo e espada, palavras que repousam Nos sonhos não lembrados, nas pequenas utopias que movem Os que ouvem não as sereias, mas o troar distante da nuvem
Onde não moram deuses, nem esfinges ou sagradas entidades Os céus são ilusão de ótica. Olhar para eles e ver as verdades Eternas, seguras, é percebê-los infinitos, no tempo e no espaço
É ser Prometeu, Sísifo, ou Tântalo, sem medo do divinal castigo Os caminhos se bifurcam, se confundem, e neles não há abrigo Procusto ronda, e é nas palavras que encontro a trama que teço
Meço as ações sem álibi, porque não há como negar a coexistência Vivo junto, ombreio outras dores, e as feridas são consequência A vida humana é só pergunta. Se não acolho, com o outro, eu feneço.
Marco Villarta Lavras, 13 de agosto de 2021.




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