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Densidade

Quando a vida pesa E não há lugar para ir E não há tempo Pra se refugiar Quando a vida pesa Por causa das vidas outras Também pelas vidas idas Pelas vindas e perdidas Por tanto ódio ao redor Ou por uma sem razão Que a razão não alcança Sequer compreende Quando a vida pesa E não há remédio Nas rígidas ontologias Nem na fluidez do devir Quando a vida pesa Pelas abissais distâncias Entre corpos Entre mentes Diferentes projetos de existir Agires autocêntricos Ou simplesmente Maneiras possíveis de lidar Com os pratos da balança Quando a vida pesa Há que se respirar Ainda que o ar não tenha O alívio sequer venha Quando a vida pesa Resta o mistério Somos matéria De corpos e sonhos Mal ajambrada liga Que os deuses Improvisaram criar.

Marco Villarta São José dos Campos, 22 de julho de 2021.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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