Deirdre of sorrows
- Marco Villarta

- 16 de abr. de 2023
- 1 min de leitura
Quando fomos celtas
Doeu em nós
Em nosso impossível amor
O lamento de perda tão brutal
Por que o corvo de negras penas
Não pode voar livre pelos campos?
Por que a torre que prende
Perdura, e, mesmo quando,
Felizes, se amavam
Em outros solos de celta moradia?
Sim, eu me lembro
Do instante
Em que lá nos conhecemos
Seus cabelos ruivos, presos
Em delicadas tranças
E sua voz em trêmulo falsete
Cantando as dores
Que seriam nossas
Hoje sei por que
Estremeci
Pensei te conhecer
Mas conhecer é recordar
Mesmo no silêncio da imagem
A canção de séculos atrás...
Foi em sonho que me lembrei
Do gaélico adocicado por seus lábios
Somos e fomos
Num sem-fim de tempos
Espaços e histórias
O que está escrito no infinito
Inscrito nas almas
Para sempre
Somente um.
Marco Villarta
Lavras, 31 de julho de 2022.




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