Corrupio
- Marco Villarta

- 4 de jun. de 2022
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Atualizado: 20 de jun. de 2022
Brinquei de girar O corpo no estreito quintal Brinquei de vendar Os olhos para encontrar Você escondida, afinal Estava nos sonhos Imprecisos, do menino Que jovem, se encantou Com a persistente doçura Com gosto de infinito O tempo que durou Foi contingência Coexistir não é matemática Tem uma indecisa geometria Que nunca sabemos mensurar Brinquei de ser feliz Porque descobri, por fim, Que você não queria ficar escondida Mas se deixar encontrar O barro ainda úmido de que fui feito Virou arte em suas mãos E minha alma na forja desse amor Tornou-se precioso metal Alquimia que tento entender Para além da oficina Em que lhe encontrei Foi você ou eu O Pigmaleão que produziu O afeto, nessa perfeição, Que ganhou vida própria E nos recriou ? Espero, agora, ver a rosa imortal Mesmo no perfume que deixou No veludo do seu toque Retido na memória Impresso no coração. Há de acontecer, eu sei, Reencontrar as águas Desse batismo Que transcende Que reacende O fogo primordial Do seu altar Minha deusa Meu porquê.
Marco Villarta Lavras, 02 de agosto de 2021.




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