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Corpus

Corpos são continentes Porque são recipientes Copos de denso viver Mas são também Grandes ilhas Isolados Insulados Perímetros de perplexidade Oxidando-se cotidianamente E, feito lei da física, A quantidade do existir É inversamente proporcional À escassez de respostas Composições de imprevisível harmonia Improviso sempre Sem saber de onde flui O rebelde rio da vida Nem onde deságua o correr dessas destemperadas insossas águas Corpos são a própria seiva E se exaurem De tantas secreções De humores tais De dores quais Que silentes Dormentes já Sussurram socorros Rastejam no escuro Festejam os ruidosos nascituros E carpem bem baixinho As mortes várias os perenes funerais os corpos são cinzas no antes e no depois são o que temos hóspedes da alma ou talvez...

Marco Villarta São José dos Campos, 24 de fevereiro de 2023


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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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