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Coreografia


Meus pés tocam suas pontas

Nos delicados limites

Que emite o mistério

Etéreo périplo

Incerto itinerário

Temerário risco

Que é o de existir

Mas para além

Nem sou, nem desexisto

Insisto nas coisas leves

Que nem coisas são

A mão que seguro

Nem tem forma

Mas é memória

Paradoxo no sem tempo

No espaço abstraído

Distraído, levito

Por sobre as eras

Olho nos olhos das feras

Assim como no cândido

Mirar dos filhotes dóceis

Do ócio das brisas lentas

Que acalentam no aqui

De dentro ou fora

Da alma em seu

Inexato espaço

Um tépido rumor

Um fluxo de perdurar

Sentindo-se junto

Grato enlace

Ao infinito

Incondicional do amor.


Marco Villarta

Lavras, 03 de maio de 2023.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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