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Clown

No camarim, potes mal fechados De maquiagem barata Um espelho com trincas Algumas luzes queimadas Ou naquele piscante que irrita Pela repetição ritual de Não se manterem acesas O corredor no subsolo A pequena e estreita escadaria A coxia empoeirada Confusa em seu cordame E o palco Esse, sim, aparência glamurosa A entrada As falas, o gestual Às vezes, coreografia Até mesmo sustentar uma canção Finalmente as cortinas baixam Parece que o camarim ficou mais longe E que os lenços de papel Não vão tirar todo o make up Sequer o suor do rosto Por esse dia fiz meu papel E o público acreditou Em alguém que não sou eu Eu apenas representei Que posso Que consigo Sem você.

Marco Villarta Lavras, 12 de julho de 2021.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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