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BEALACH


Na paisagem do sonho Velho barracão de madeira Lado interno parada do ônibus Símbolo Nunca vi Nunca vivi Pelas frestas, hoje, Enxergo o menino Medroso Assombrado Confronta o olhar Adolescente ávido Homem obstinado Onde estão vocês ? Por que somente nos sonhos Por que a viscosa memória Talvez o velho druida Colha o visco No solstício das eras frias Em alguma fresta do barracão dos sonhos Talvez eu enxergue os carvalhos Talvez eu me veja Para além de minha Ilusória unidade Vontade que dá De nos reunirmos Em volta da fogueira O menino, o adolescente O jovem, o adulto Todos que fui Todos que sou E ouvir suas vozes Com os ouvidos do corpo Ainda que com falsas certezas Às vezes o velho corpo sucumbe E tem vontades infantis Quem sabe seja a voz do menino Pedindo colo À mãe terra Que o velho sente mais próxima Os eus mais jovens sonham com o céu E olham para cima Hoje olho para baixo Antes do fim Espero ser capaz Olhos fechados Enxergar O insondável interior.


Marco Villarta Lavras, 24 de outubro de 2017

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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