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Autorretrato


É verdade

Sou, mesmo, intenso

E sempre tenso

Tento sorver da vida

O máximo do instante

No paradoxo

Da lembrança constante

Do sonho intermitente

Sou exato no rigor

Exagerado no amor

Minha saudade é exponencial

Minhas dores, nem sei

Como medir na duração

Sou contínuo na desrazão

E sereno como um vulcão

Sou a rápida e ofuscante luz

De distante e moribundo pulsar

Sou astronômico

Sou quântico

Sou quantos nomes for

Que digam de mim

O que não tenho como saber

Tampouco os outros

Como tantos, sou mistério

Sei que estou

E já não estarei.


Marco Villarta

Lavras, 17 de junho de 2022.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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