Ars II
- Marco Villarta

- 4 de jun. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: 8 de jun. de 2022
Do que será capaz a arte ? Dizem que ela transforma as sensações Reforma os sentimentos Conforma nossas dores mais profundas Inunda de novas formas nossa compreensão Pois, se assim for, é nosso único recurso No transcurso do desconhecido diário do existir Se insistimos nesse fazer quase divino Ultrassensível, impossível de se definir É porque na mesma frequência Um mistério abraço outro E a epifania não é nunca uma descoberta É fascínio pelo que não sabemos explicar Pelo que não podemos verbalizar Há um aquém e além da palavra Um rugido quase sem som Um gesto no escuro do espaço sem fim Vislumbre do que não mostra a luz Mas ilumina o reverso do viver O remurmúrio atrás dos espelhos As pequenas ninfas sob as delicadas pétalas De jarmins, hortênsias, orquídeas Arte é movimento do devir Fluxo do rio, desaguar no mar De multiformes tempos Improváveis eventos Arte é o que o sono de Deus melhor produziu Se partícipes, somos símiles Ousamos mimetizar o absoluto No singelo instante, irretornável De, mais do que criações, que apagados reflexos Fomos, enfim, nos versos e ritmos Nas cores e volumes, o sopro calmo A própria alma do universo.
Marco Villarta São José dos Campos, 04 de setembro de 2021




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