Arquiteturas
- Marco Villarta

- 4 de jun. de 2022
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Kubla Khan construiu O magnífico palácio Em sua capital, Shangdu. Muros em ruínas Foi o que restou Mas Coleridge Em êxtase Sonhou ser Xanadu No poema que nunca completou. O segundo templo de Jerusalém Presença da ausência Contraparte feminina De deus(es) e homens Metonímia de um muro Lamentos Atlantes de Platão Perderam-se no tempo Da destruição de sua cidade E da obsessão dos pósteros. Pessoa olha para a tabuleta da tabacaria O edifício de tantas linguagens Cessará no tempo e no espaço. Heráclito, lido por Borges, sorri. Não menos fluidos que as águas mutáveis Do rio São os seres que falam Que sonham Suas construções persistirem.
Marco Villarta
2016




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