Arqueologia
- Marco Villarta

- 3 de jun. de 2022
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Uma forma quase humana Chora uma dor inominável Sobre uns ossos de seu clã Não suspeita, no som que grunhe O fazer ritual dos descendentes
Milênios, muitos milênios depois Outros cantos, outras danças Fazem o brilho dos olhos de um Serem a certeza de todos
Pulsos, ritmos, sons Versões do rito Versões do contar Há rodas, há assembleias Ao redor da fogueira Em ágoras de tantos formatos Aedos Rapsodos Constroem, nos séculos, o seu fazer É teia que nos salva do labirinto Da inconsciência que nos habita São corpos em serpenteio Mitos, presságios, sortilégios Métricas, escansões Depois é littera É letra, é acervo Nunca, no entanto, Deixa de ser o grito Na parede da caverna Ou no laser das bienais É littera, poiesis É o que dura Subsiste Nos torna (n)o próprio fazer.
Marco Villarta Lavras, 13 de fevereiro de 2017.




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