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Anticartesiana


Quanto mais vivo Mais estranho o que digo Me soam outras as palavras minhas Duvido ser de meus lábios Os sons que pareço proferir Desconfio, então, de minha essência Do existir próprio, independente Cismo pensando ser sempre outro No instante que sei de mim Penso quando já não sou Existo num depois do tempo Ao final, não sou nem um dos dois Sou o trajeto entre esses sujeitos Sou afeito aos trânsitos, devires Sou fluir Nem ponto de partida Nem posto de chegada Existo junto, acontece simplesmente De persistir.


Marco Villarta Lavras, 20 de setembro de 2021

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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