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Sina

Quantos lagos no relevo do existir

De águas do que deixamos de nosso

Poço de suores frios, de salgados choros

Pelo ausentar-se a cada dia, um pouco mais

Pelo perder-se gradativamente

Um tanto mais de vida

Na lida com o calar-se de quem se foi

E cada depois é um suspiro longo

Profunda asfixia a cada instante

Sem hálito, sem álibi, sem alento

O lento desmanchar-se pelas vias

Caminhos rotos mais pelos que trilham

Lamentosa estrada, inescapável sina

Desilumina as tênues esperanças

Trança o fio de novelo escasso

É o rio, é o vento, são as brisas

Fluências do que insistimos

Intermitência do existirmos

Metálicos silêncios

De trincados sinos.


Marco Villarta

Lavras, 14 de junho de 2022.



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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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