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Gris


Quando você se tornou pó Fui junto. Tudo o que fui E, pior, o que ia acontecer Pulverizou-se também O vazio imenso que percebi A absoluta condição de estar só Talvez bem menos que o ar Mais rarefeito que essa dor Só o regolito do frio sideral Se certezas não já não há Pior fiquei sem seu sorrir Das dores, dos atos tão banais Perdoa-me se só sei chorar E interrogar se sentido tem Você já sabia, dos sem porquês Se o elo fosse quebrado O cuidado é um tributo Ato ético que me fiz prometer a sua doce e serena memória É o que resta, enfim, do viver.


Marco Villarta Lavras, 29 de setembro de 2021.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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