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Dove

Onde os outros pedaços

Da alma

Onde a melhor metade

O olhar possível para si

O ver a doçura

Do infinitamente pequeno

A solenidade do ilimitado

As inseparáveis camadas

Do que foi nosso passado

Do que terá sido

Incerto futuro

Nascedouro do fugidio

Do escorregadio

Presente

Dádiva sem explicação

Para muito além

Provindo de mítico aquém

Em quantas estações

Quantos diferentes trens

Passei

Ora vi você se esvaindo no partir

Ora era eu indo para não sei

Onde

O ar que já não completa os pulmões

O ponto de chegada

O reencontro

O apertado abraço

No difuso espaço

No sem-fim

Na eternidade do

doce olhar

Onde a canção em língua estranha

No sorriso mesmo

Na alegria

de ter nascido junto

Na mesma antiga

Criação.

 

Marco Villarta

Lavras, 11 de junho de 2024.

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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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