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Dea

Para Neusa Cardoso


Há luz nos recônditos cantos

Nos sutis encantos

E seu brilho excede

O compreensível

E de tão forte

Torna invisível

A fonte de onde vem

Pois os olhos,

Físicos que são,

Têm limitado alcance

E, embora se lancem

Para muito além,

Arranham a superfície

Dos mais profundos mistérios

Apanham do mais simples

Dentre os mais simples segredos

E é degredo não saber de lá

Do infinito e mais longe ainda

Não poder reter as certezas

Pois a presença é, antes

De qualquer outra,

Intermitência

Pulsar do que num minuto

Existe

Para no seguinte do mundo

Desexistir

Latência do corpóreo

Peremptório porvir

Crença no devir

Esperança no enfim.


Marco Villarta

Lavras, 11 de junho de 2022.



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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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