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Per-plexo



O peito dilacerado

Quis fazer uma oração

Mas ele desconhece

A sintaxe dos deuses

Não é alpinista de olimpos

Nem reverente visitante

De físicos templos

Ele só sabe das dores

Próprias e alheias

E as candeias que enxerga

Não são de cera

Ele só sentiu alívio

Nas desfronteiras

De variado coexistir

O coração só entende

O verdessencial

O róseo despertar

E, chama do incondicional,

Reza crendo no impossível

E vê nas cinzas a forma

Que jamais deixou de persistir

No peito aberto não há apenas

As duras feridas

Mas amenas súplicas

Arenas múltiplas

Onde coabitam

Amargores e doçuras

Líquido fluir

Do mistério

De estar aqui.


Marco Villarta

Lavras, 7 de junho de 2022.



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Marco Villarta

Professor universitário, pesquisador, poeta, ensaísta, escritor, tradutor. Doutor em Letras. Nascido em São José dos Campos/SP - Brasil. Curioso pela vida e pelas pessoas, pela arte e pelos sonhos.

Membro correspondente da Academia Jacarehyense de Letras

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