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- Marco Villarta

- 1 de jun. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: 16 de abr. de 2023
Um homem chega a seu destino quando o silêncio de dentro abraça o silêncio de fora. E nessa calmaria é como que não houvesse tempo. Mas há. Exatamente o impreciso tempo de uma espera sem angústia ou fustigação. Nesse estado, vida e morte confluem para um alívio, um doce não-saber, que já não inquieta mais. Não desassossega. Um homem chega a seu destino quando já não importa se há mais partes do caminho a percorrer. Alguns dirão que é cansaço. Extremo. Terminal. Outros, que é espera, entrega. Para o fluir incessante das coisas. Horizonte de eventos. Nesse epílogo, cada ser encontra sua razão. Se ilusória ou não, não cabe discutir. Há uma intimidade absoluta nesse ato final. Desfecho indizível, inominável. Secreta sina. Talvez ditada por deus, sonhada por um ser absoluto. Ou construída no abraço que todos os existentes se dão, mesmo sem saber. Um homem chega a seu destino, quando, enfim, o desconhece. Quando já não importam os juízos, as medidas. Nessa hora, todos que são ele deixam de ser um, para serem na unidade do que lhe é exterior, para se verem vendo, para se ouvirem dizendo, para se dizerem sonhando. E é no sonho dentro do sonho que, afinal, descobre o infinito.
Marco Villarta Lavras, 11 de maio de 2022



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